Dúvidas Frequentes Sobre o Projeto

É sempre comum surgirem dúvidas, especialmente quando se trata de um trabalho novo. Então, selecionei algumas perguntas frequentes que sempre são feitas, e vou postá-las aqui para vocês. 1) Qual o objetivo desse trabalho? Os objetivos, de forma resumida, é diminuir o número de escorpiões na cidade e enviar os escorpiões capturados vivos para um laboratório para produção de soro antiescorpiônico. 2) É verdade que os moradores devem capturar os escorpiões que encontrarem em suas residências? Não. Isso não é verdade. A captura deve ser feita por profissional devidamente capacitado para tal atividade. 3) Fiquei sabendo que você cria escorpiões em sua casa. O que me diz sobre isso? Digo que é MENTIRA. Eu não crio escorpiões por que não quero ser presa e nem colocar a vida de ninguém em risco. 4) Dizem que você não gosta que matem os escorpiões. Verdade? Verdade bem verdadeira. Sou bióloga e tenho respeito por todas as formas de vida. EU gosto de ESTUDAR esses animais por que possuem uma biologia muito interessante. Eu não mato. Mas não posso exigir das pessoas que façam o mesmo, até por que é um animal que apresenta risco para a saúde e então é normal que as pessoas queiram se proteger contra eles. 5) Dizem que você vai multar quem tiver entulhos e escorpiões nos quintais. É verdade? MENTIRA. Não vamos multar ninguém. Nosso objetivo é ajudar, passar informações de cuidados para a população e prepará-la para uma melhor qualidade de vida. 6) O que devo fazer se encontrar um escorpião em minha casa? Se você encontrar um escorpião em sua casa, comunique à equipe de captura de escorpiões para que esta faça uma vistoria em sua casa a fim de encontrar outros escorpiões e avaliar o que pode ser feito para evitar o aparecimento de outros. 7) É verdade que vocês só vão visitar as casas que chamarem vocês? Isso também não é verdade. Logicamente as casas que forem nos convocando, serão atendidas primeiramente pois assim temos mais possibilidades de capturar animais para serem enviados para o laboratório. 8) Por que capturar esses animais vivos e enviar para laboratórios se já existem laboratórios que trabalham com a produção de soro antiescorpiônico? Justamente por existir esses laboratórios é que estamos capturando os escorpiões vivos. O número de animais enviados para os laboratórios produzirem soro é relativamente pequeno se comparado com a necessidade do soro em alguns hospitais. Se não queremos sofrer mais consequências por conta da falta de soro, temos que fazer algo e o que mais parece ser óbvio é enviando animais para esses laboratórios extraírem o veneno e fazer o soro. Mais dúvidas é só deixar nos comentários que vou respondendo.

O Projeto...

Olá. Gostaria de expor aqui minha gratidão as pessoas que tem apoiado este projeto de controle de escorpiões em nossa pequena cidade. Mais difícil do que escrevê-lo está sendo desenvolvê-lo. Muita história correndo solta por aí, sem fundamento algum de verdade. Talvez seja necessário eu explicar o que é este projeto e sua importância. O projeto foi escrito em 2010 e desde então busquei desenvolvê-lo, mas tivemos algumas tentativas frustradas. Mas não desisti. Esse ano de 2013 foi diferente: não precisei ir atras, a secretária de saúde me convidou pra conversarmos sobre o projeto para que o mesmo fosse colocado em prática. Desde fevereiro até o mês de setembro, estive buscando resolver questões burocráticas para que assim fosse possível realizar esse trabalho. O projeto não é algo inventado da minha mente, não é ferramenta para que eu busque destaque social e muito menos algo para colocar em risco a vida da população de Água Limpa. O projeto nasceu no primeiro semestre de 2010 em uma aula de zoologia onde meu professor me contava sobre o trabalho de controle de escorpiões realizado em Uberlândia. Então pensei: gente, podemos fazer algo semelhante em Água Limpa e assim evitar mortes! Era uma tarde normal quando procurando fotos de escorpiões na internet, me deparei com o blog do Dr William H. Stutz (Laboratório de Animais Peçonhentos e Quirópteros - Uberlândia/MG) e resolvi enviar um e-mail, e senti insegurança, pensei que não seria respondida. Para minha surpresa, no mesmo dia ele me respondeu. Desde então ele começou a me orientar sobre o projeto. E não parei por aí. Em 2011 fui para uma Reunião da SBPC na UFG/Catalão fazer um curso sobre animais peçonhentos com a Dra. Rute Maria G. Andrade do Instituto Butantan. A partir daí ela também me orientou com alguns detalhes sobre o projeto. Além destes brilhantes orientadores, pude contar com o Dr. Everton Tizo Pedroso (UEG/Morrinhos), Paulo André M. Goldoni (Instituto Butantan) e minha querida amiga e professora Bióloga Wani P. Silva. Em 2012 fui para Salvador participar do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia onde participei de palestras sobre este assunto e fiz outro curso sobre animais peçonhentos ministrado pelo Dr. Claúdio S. Duarte (Instituto Vital Brasil) e Giuseppe Puorto (Instituto Butantan). Busquei toda informação que pude e logicamente que eu NÃO SEI TUDO e nunca vou saber. O conhecimento só faz sentido por que é algo que aperfeiçoamos dia após dia. Este mês de outubro realizamos 3 dias de movimento na cidade só com este tema de Escorpionismo: no 1° dia fizemos uma reunião com autoridades da cidade e os palestrantes que vieram, no 2° dia fizemos curso de captura e manejo de escorpiões e no 3° dia fizemos a prática de captura desses animais. Além disso, tive o prazer de ter uma aula de 4 hrs sobre identificação das principais espécies de escorpiões com o Biólogo do LACEN, Marcelo Santalúcia. Nesse evento, NÃO tivemos participação da população durante as palestras, o que deveria ter sido diferente. Mas, tivemos algo maravilhoso: um cidadão se ofereceu como voluntário para auxiliar na captura de escorpiões e assim, recebeu material e treinamento como os demais participantes. Agora que contei esse breve histórico de como surgiu a ideia do projeto, quero esclarecer sobre seus objetivos. Este trabalho tem o principal objetivo de SALVAR VIDAS. Mas como fazer isso? Vamos lá: podemos salvar vidas de duas formas. A primeira delas é diminuir o número dessa espécie no município e a segunda forma, é enviar esse animais para um laboratório onde possam ser utilizados para produção de soro antiescorpiônico. Não é tão simples como parece. Como podemos diminuir o número de escorpiões em nossa cidade? Boa pergunta. A resposta é melhor ainda rs. Podemos alcançar esse objetivo através do trabalho de educação em saúde, onde estaremos orientando a população para que esta mude sua cultura, ou seja, retire de seus quintais os entulhos que podem servir de abrigo para os escorpiões. Também é necessário verificar as condições dos domicílios; temos notado (e isso foi observado pelos pesquisadores que aqui estiveram na semana do curso) que os principais focos de escorpiões estão sendo as fossas e as caixinhas de gordura. São informações simples que se forem trabalhadas com a população, renderão otimos resultados. Uma outra forma por meio da qual estaremos diminuindo o numero de escorpiões na cidade, é através da captura deles. Depois de capturados eles podem ter dois destinos: morrerem ou serem enviados para produção de soro. Eu como bióloga e funcionária da área da saúde, opto por capturar os animais vivos e enviá-los para laboratórios. Mas, isso NÃO quer dizer que o morador de uma residência deve fazer o mesmo. A captura é para os profissionais que foram capacitados para tal. JAMAIS queremos colocar em risco a saúde de alguém. Se você encontrar um escorpião em sua casa tem duas alternativas: chamar a equipe de captura de escorpiões ou então (...) rs. Se você encontrar um escorpião em sua casa e matá-lo, nenhum profissional irá repreendê-lo por isso. Apenas pedimos que nos comunique para que possamos visitar sua casa, fazer uma vistoria e ver se conseguimos encontrar mais algum escorpião. EM NENHUM MOMENTO SERÁ APLICADO MULTA EM UM MORADOR POR TER ENTULHOS OU ESCORPIÕES EM SEU QUINTAL. Nosso objetivo é ajudar, cooperar, buscar o bem estar para todos. Esse projeto não foi escrito apenas com interesses científicos. Foi escrito por alguém que tem família e amigos que correm o mesmo risco de ser picado. Foi escrito por alguém que se importa com as pessoas que conhece e até mesmo com aquelas que não conhece. Esses escorpiões que são capturados e enviados para laboratórios, podem salvar vidas de agualimpenses e vidas de outras pessoas que talvez nunca iremos conhecer mas que tem família, que tem direito de viver assim como todos nós. ESSE PROJETO SEGUE O QUE É PROPOSTO PELO MINISTÉRIO DA SAÚDE. OUTRA QUESTÃO IMPORTANTE E QUE GOSTARIA DE ESCLARECER É QUE QUANDO EU DIGO QUE GOSTO DE ESCORPIÕES, SIGNIFICA QUE GOSTO DE ESTUDÁ-LOS, POIS DO PONTO DE VISTA BIOLÓGICO SÃO ANIMAIS INCRÍVEIS. MAS SÃO ANIMAIS PERIGOSOS, COMO É O CASO DESSA ESPÉCIE QUE TEMOS AQUI, E POR ESSE MESMO MOTIVO, ESTOU TENTANDO DESENVOLVER ESSE TRABALHO. QUE ISSO FIQUE CLARO: NÃO DESEJO MAIS MORTES, NEM QUE OS ANIMAIS AUMENTEM AINDA MAIS O SEU NUMERO NA CIDADE. Finalizo esse texto (que rendeu quase um livro rs), reafirmando: o projeto foi escrito por mim mas foi orientado por excelentes profissionais de renomados institutos científicos.

Primeira Etapa do Projeto: Curso de Captura e Manejo de Escorpiões.

A Secretaria Municipal de Saúde está organizando um curso de capacitação para profissionais da área da saúde, sobre captura e manejo de escorpiões. O curso estava previsto para outro mês, mas como a chuva já chegou, os escorpiões já começaram a aparecer nas residências e a população tem se mostrado preocupada com isso. Nós, que trabalhamos para buscar garantir o bem estar da população, estamos antecipando (na medida do possível) as etapas do projeto.

Convidamos para ministrar esse curso o Biólogo do LACEN/GO Marcelo Santalúcia (Goiânia), o Dr. William H. Stutz com sua equipe do Laboratório de Animais Peçonhentos de Uberlândia/MG e a enfermeira toxicológica Eulália Bonfim Borges.

Serão dois dias de curso. No primeiro dia (15/10) será apenas teoria, com informações sobre o escorpionismo no Brasil, a apresentação do CIT e biologia dos escorpiões. Contaremos com um público alvo de aproximadamente 50 pessoas.

O segundo dia (16/10) será a prática de captura e manejo de escorpiões. Essa pratica será apenas para os profissionais que irão atuar no trabalho.

Eu farei uma breve participação no primeiro dia comentando sobre o escorpionismo em Água Limpa.

Alguns profissionais de municípios vizinhos serão convidados para participarem: Morrinhos, Itumbiara, Caldas Novas e Buriti Alegre.
OBS.: No dia 16 visitaremos algumas residências para captura de escorpiões. Estou monitorando as residencias onde tem aparecido escorpiões nesses últimos dias, para assim montar um mapa para essa visita. Assim, peço sua ajuda: se você encontrar algum escorpião (vivo ou morto) em sua casa, por favor, entre em contato comigo para que eu possa acrescentar seu endereço a listagem. Se na sua casa não apareceu mas você sabe de algum imóvel onde esteja aparecendo escorpiões, é importante que me comunique também. Fico a disposição de vocês aqui no blog, no Facebook (https://www.facebook.com/welida.flavio), e-mail (welida.bio@hotmail.com), em minha casa, no Centro de Combate às Endemias  das 7:30 às 11:00 e das 13:00 às 17:00 (acima do Conselho Tutelar).

Abaixo está a programação do curso.

Projeto saindo do papel...

Olá. Faz um tempo que eu não escrevia e foi pelo seguinte motivo: falta de tempo rs. Desde o mês de Janeiro, fui chamada pela atual secretária municipal da saúde para lhe falar sobre meu projeto de controle de escorpiões. Apresentei a ideia e ela se prontificou a realizar o trabalho e me permitiu cuidar de todas as partes burocráticas para a realização deste projeto.

Foi um tanto difícil. Muita burocracia desnecessária. Mas contei com a ajuda de excelentes profissionais que não mediram esforços para me auxiliarem. Precisei reescrever parte do projeto, deixa-lo mais adequado a proposta.

Contei com a preciosa ajuda da Engenheira Ambiental do município (Ângela - Graduada em Eng. Amb. Unicaldas) e com o auxilio do amigo Darlington (graduado em Direito - Unicaldas) que me orientou sobre as questões legais necessárias para a realização do trabalho.

Também contei com o apoio e orientação dos coorientadores do projeto que sempre estiveram prontos a me ouvir e auxiliar neste caminho: Dr. William H. Stutz, Dr. Everton Tizo Pedroso, Dr. Rute Maria G. de Andrade, Esp. Wani Patrícia Silva, Esp. Paulo André Margonari Goldoni e Esp. Agnaldo Beserra Costa. Ainda tive o privilégio de contar com o apoio de algumas pessoas, cidadãos da pequena cidade de Água Limpa. Entre essas pessoas, quero citar o nome da querida Marly que sempre me apoiou e encorajou. Sempre me procurava para passar informações sobre novos casos de ocorrência de escorpiões. Me motivou e muito!

Tenho bons amigos e biólogos que sempre acreditaram nesse projeto. Não é possível citar o nome de todos, mas sempre tem aqueles que te marcam mais, que te fazem sentir apoiada: Elvis Nascimento, Rodrigo Brito, Diógenes Léo Oliveira, Antônio Marcos Toledo, Júnior Pereira, Muriel Oliveira, Rodrigo Mizobe, Wesley Dondoni Colombo, Availton Corino, Mayara Lisboa, Jonathan Ferreira, Atila, Raffael Canedo, Daiani Martins, Cristiane Cruvinel, Anna Carolina de Araújo, Rosana Oliveira e outros.

Tive excelentes mestres que sempre me apoiaram e contribuíram para meu crescimento intelectual e profissional e que sobretudo, acreditaram neste projeto; obrigada a TODOS. Agradeço muito a vocês Wani Patrícia, Maria Letícia, Vilmar Barros, Agnaldo Beserra, Francisco, Otavio Plazzi, Ronaldo Rodrigues, Sandro Batista e o querido Diretor Acadêmico William Silva, pois, sempre me procuravam sobre o projeto, aconselhavam e acima de tudo, apoiavam e acreditavam.

Foram quase 3 anos pelejando rsrsrs... isso mesmo: quase 3 anos tentando desenvolver esse projeto. Sempre aparecia um obstáculo diferente e o maior de todos sempre foi o compromisso e a falta de vontade de outras pessoas. Mas essa parte já foi superada desde janeiro quando fui convidada pra falar do projeto. Não precisei pedir pra apresentá-lo. Fui chamada para fazer isso. Fez toda diferença.

Encerro aqui essa pequena postagem agradecendo a todos que direta ou indiretamente apoiam e acreditam nessa ideia. Nesse sonho. Nesse projeto. Obrigada família. Obrigada pela confiança Neide Maria M. e Souza (Secretária Municipal de Saúde).